domingo, setembro 30

Marx objectivo, Smith utopico!

"O teu trabalho será medido pelo suor do teu rosto"! Era a maldição de Jeová sobre Adão. E isto é o trabalho para Smith, uma maldição. A "tranquilidade" surge como o estado adequado, como idêntica à "liberdade" e à "felicidade". Parece bastante afastado do pensamento de Smith que o indivíduo, "no seu estado normal de saúde, força, actividade, habilidade e destreza", necessite também do dispêndio normal de um número de horas de trabalho, e da interrupção da sua tranquilidade. É certo que o trabalho é medido exteriormente, pela adequação dos objectivos atingidos e pelos obstáculos a superar na procura desses objectivos. Mas Smith nem suspeitava que a superação de obstáculos constituísse, em si mesma, uma actividade libertadora, – e que, por outro lado, os objectivos externos fossem estabelecidos a partir das urgências naturais e meramente externas, tornando-se assim em objectivos do próprio indivíduo – daí a auto-realização, a objectivação do assunto, daí a verdadeira liberdade, cuja acção é, precisamente, o trabalho. Ele tem de facto razão, em que o trabalho nas suas formas históricas, tais como o trabalho escravo, o trabalho servil e o trabalho assalariado, aparece sempre como algo repulsivo, sempre como trabalho forçado por causas externas; em oposição, e por contraste, ao trabalho como forma de "liberdade e felicidade". Isto é duplamente válido: para este trabalho contraditório; e, relacionadamente, para o trabalho que ainda não criou, por si próprio, as condições subjectivas e objectivas... pelas quais se torna trabalho atraente, uma forma de auto realização do indivíduo, que exclui uma mera forma de diversão ou de gozo pessoal. O trabalho realmente livre ... é ao mesmo tempo o da mais maldita severidade e o do mais intenso esforço. O trabalho da produção material pode assumir este carácter apenas quando seu carácter social é assumido, quando é de uma natureza científica e ao mesmo tempo de carácter geral, não meramente um esforço humano, como uma força natural especificamente dirigida, mas algo aparece no processo de produção de uma forma meramente natural, espontânea, como uma actividade que regule todas as forças de natureza. A propósito, Adam Smith só tinha em mente os escravos do capital.

2 comentários:

Esquerda Comunista disse...

"O que faz falta é agitar a malta,
o que faz falta..."

Força, camarada!

Chalana disse...

A palhaçada esquerdista acabou! A partir daqui vai ser a doer...

http://anti-trollurbano.blogspot.com